Estou participando de um projeto que envolve o estudo dos consumidores da chamada “base da pirâmide” – classe C, D, E, etc… Lendo sobre o assunto, encontrei pesquisas sobre as características de comportamento destes consumidores e a relação que as marcas e empresas de produtos de consumo desenvolve com este público.
Um tema me chamou a atenção: Dissonância Cognitiva – nome complicado para um questão crucial no desenvolvimento da comunicação e nas propostas de produtos para este público. Isto é: a grande distância entre o mundo corporativo e as classes populares.
Existe uma grande dificuldade em criar um produto e conseguir comunica-lo de forma realmente relevante para esta classe. O que eu vejo muito hoje em dia, são executivos e agências de comunicação, que se dizem antenados mas que não saem de dentro do escritório para encontrar a realidade. Ficam no ar condicionado, de dentro de seus carrões, analisando o mundo como se estivesse dentro de uma sala de pesquisa qualitativa. Como se isso bastasse… Não basta.
Pesquisas qualitativas, salas de espelhos, já não funcionam mais como antigamente. Temos que vivenciar, ir pra rua, conversar e entender o ponto de vista deles. Isso nos ajuda não só a criar e planejar melhor nossas campanhas, mas também nos dá uma boa dose de sensibilidade com o próximo, nos aproxima dos seus problemas e nos faz entender que, nós pessoas físicas, fazemos muito pouco para melhorar o ambiente em que todos vivemos.
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