No artigo “Querida, encolhi
as lojas,” Marcos Gouvêa nos mostrou claramente que “algo de estrutural está acontecendo no
universo do varejo do mundo.” Com o fechamento de diferentes operações de
varejo americano, impactadas pela influência do digital e pelos novos hábitos
de compra e necessidade dos consumidores. Confesso que, quando li “encolhi as
lojas” no título do artigo pensei que se tratava na redução do formato e explico
o porquê.
Executivos e gestores de diversos segmentos do varejo nacional
admitem que um dos desafios mais estratégicos no comando de suas operações, é a
necessidade de rever seus formatos visando a melhoria de rentabilidade e
eficiência. Essa necessidade fica aflorada em setores tão diversos como eletro,
materiais de construção, lojas de departamento ou supermercados.
Esses tradicionais setores do varejo, construíram sua
história de sucesso com características em comum: amplas áreas de venda, alto
custo operacional e logístico, alta taxa de ocupação e com a realidade
econômica atual, com perda de eficiência.
O movimento que acompanhamos e apoiamos como especialistas
em varejo, é da busca por um formato mais compacto que possa ter um melhor
resultado operacional quando comparado aos modelos tradicionais.
Enxergamos essa nova proposta sendo suportada necessariamente
pela perfeita integração entre canais, sistemas e operações. A tecnologia e o
digital, que pouco tempo atrás, eram vistos como ameaças ao varejo tradicional,
hoje são os principais aliados. Ter uma loja capaz oferecer a cauda longa,
acabando com a necessidade de estoque de produtos de baixo giro ou de
complexidade de estocagem, é mais eficiente. Ter uma operação nervosa de varejo
onde os preços de todos os produtos, se necessário, podem ser atualizados
remotamente, torna o dia a dia mais produtivo. Desenvolver uma oferta suportada
pela Realidade Virtual que transporta o cliente para outro ambiente, incrementa
o argumento de venda. Lembrando que, essas interações digitais permitem a
captação de dados e como consequência uma melhor avaliação real time de todos os indicadores, permitindo ainda desenvolver
ações de relacionamento, fidelização e retenção dos clientes.
No entanto, digitalizar a operação não é tudo. O repensar
deve desenvolver um novo perfil de equipes de loja adequadas com a nova
proposta. Novos formatos devem permitir um
ambiente onde possa ser trabalhado o relacionamento com a indústria e criar oportunidades
de experiência para o cliente, assim como novas fontes de receitas. Por fim, o
negócio de varejo moderno, deve incluir serviços como diferencial e geração de
valor.
Um dos melhores exemplos de repensar o negócio, foi o
movimento que Via Varejo desenvolveu com seu novo formato de loja da Ponto Frio no Shopping Vila Olímpia, que
cumpre com todos os requisitos necessários para atuar de maneira moderna e
eficiente.
Em viagem recente ao México, visitei grandes lojas de
departamento como Sears, Liverpool, El Palacio del Hierro, que em comum, são
todas âncoras de Shopping Centers com pelo menos três andares de ocupação. Nesta
mesma oportunidade, conheci a Sunborns, com um formato bem reduzido, porém com
um sortimento incrivelmente amplo com eletro, brinquedos, ótica, perfumaria, acessórios
e papelaria. A Sunborns, que faz parte do grupo do bilionário mexiacano Carlos
Slim, ainda oferece milhares de produtos de marcas própria e serviços que variam
de farmácia, restaurante e até banco (também do grupo do mega empresário). Tudo
dentro da mesma loja. Sem dúvida, uma alternativa de operação mais enxuta em
contraponto as gigantescas e ineficientes operações das lojas de departamento
tradicionais. No Brasil, as redes supermercadistas expandem com toda velocidade
as lojas de formato compacto, se valendo principalmente da força que a
conveniência tem na decisão de compra.
Nós da GS&Consult
somos experts em varejo e relações de consumo, conceitos aplicados diariamente
em nossos diversos trabalhos com os nossos clientes. Temos a certeza que
independente do seu segmento de atuação, podemos apoia-los no repensar o seu
negócio desde estruturar sua estratégia até implementar a operação do seu
negócio com a alma de varejo.
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