sexta-feira, março 05, 2010

Tenha um novo ponto de vista ou morra

Por décadas recebíamos as mensagens que poucos determinavam que seriam essenciais. Com limitadas formas de buscar um conteúdo diferenciado, a massa consumia o que era mais fácil, o que entrava nas suas casas e dividia a atenção na sala de estar. Tudo pausterizado. A ditadura do que assistir, do que vestir, do que ouvir, do que realmente aconteceu, influenciou diretamente no que era produzido culturalmente. Tanto que, quando algo realmente original surgia, era transformado em ícone e como consequência, massificado. A TV e as marcas de produto de consumo viveram esse período com posturas muito próximas.

A TV exerceu este poder de forma extraordinária e poderosa. Mas o acesso ao conteúdo mudou. Hoje a informação entra na vida das pessoas de diversas formas. Não só pela sala de estar, mas pelo quarto, pela escola, pelos amigos (próximos ou distantes, reias ou virtuais). A tecnologia permitiu que o mundo digital democratizasse verdadeiramente a informação.

A televisão não acompanhou este movimento. Se por um lado, a forma como assistimos a TV mudou, por outro, a forma como ela nos enxerga não. Sua programação ainda se mantém engessada em modelos antigos. O que era o veículo mais próximo das massas está, na verdade, se distanciando da verdadeira cultura de seu público e não mostra o que “o novo modelo” está produzindo.

Nesta apresentação do TEDxSP, Regina Casé apresenta um ponto de vista interessante, em se tratando de uma comunicadora que trabalha na maior emissora de TV brasileira. Um ponto de vista ideológico, é verdade, mas que traduz muito desta nova realidade que a TV não mostra. São 15 minutos, mas vale a pena assistir.



Da mesma forma que a TV, as marcas e seus gestores, devem criar uma nova rotina para entendimento deste movimento. Deixar de ler somente relatórios de pesquisa onde “estar historicamente na média” equivale a ser excelente. A média mudou e está em constante mudança. Estar na média é ser morno, ser equivalente ao que existe. Para ser realmente inovadora, a marca deve ter um novo olhar sobre o que existe e ver de perto este novo consumidor e seus novos segmentos. As marcas devem estar próximos aos exemplos que a Regina mostrou como a periferia, a classe C, mas sem o preconceito e o ar superior de quem já realizou muitas campanhas e já viu de tudo.

Esta nova postura inclui riscos. Os tradicionais não gostam de sair da sua zona de conforto e os riscos são proporcionais ao trabalho que dá para justificar um novo ponto de vista. É mais fácil arrumar alguma desculpa para a queda da audiência da novela das oito ou criar mais uma sacada publicitária.

Qual o seu ponto de vista?

Este texto foi inspirado a partir do post do Coxa Creme "A massificação acabou?"

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