sábado, julho 03, 2010

As marcas em débito automático (ou O fim das marcas)

Nos últimos anos, estamos assistindo a uma consolidação do setor bancário. Algo que já havíamos presenciado no mercado de cervejas e de outros setores da economia. Porém, enquanto as marcas de cervejas estão ficando todas iguais (com raras exceções), as marcas dos bancos estão sumindo.
O Banco Real, construiu sua marca com um consistente trabalho e agora se transforma no espanhol Santander. O banco espanhol terá um longo percurso para fazer parte do dia a dia dos brasileiros. A fusão do Unibanco com Itaú está em sua fase de consolidação para que somente o que foi “feito pra você” exista.
A forma como está sendo feita a transição de saída de cena das marcas como Banco Real e Unibanco mostram que no mercado financeiro o que menos importa é a marca e a personalidade do banco.
Fomos impactados durante anos com os Programas Universitários, batemos palmas para os Talentos da Maturidade, entendemos que um banco pode nos servir durante 30 horas. E agora como ficamos?
Durante muitos anos 30Horas era Unibanco e em 30 segundos vira Itaú.



Utilizar as propriedades mais fortes dos seus rivais mostra a fraqueza de todas as partes. Fragilidade do Unibanco que sumiu do mercado e igualmente do posicionamento de Itaú que faz uma campanha como se o Itaú sempre foi 30 horas. Você que não percebeu.
Como esta campanha não muito antiga do Unibanco 30 horas, seria tudo isso só propaganda? Seríamos ingênuos?


Campanha Santander Talentos da Maturidade


Essas mensagens publicitárias não tem credibilidade. Não tem sentido. Não são críveis. Esse é apenas mais um motivo pelo qual o consumidor está ficando cada vez mais cético em relação à publicidade, mais desconfiado quando assiste à um filme de 30 segundos no Fantástico. Não será com uma campanha publicitária que a imagem do banco será transformada ou campanhas históricas serão esquecidas.

Banco é commodity e infelizmente está sendo tratado desta forma. Quando o serviço e seus produtos não fazem a diferença, a marca tem o papel fundamental de atrair, reter e criar valor para seus correntistas.
Quando olhamos o setor bancário, enxergamos o Banco do Brasil e a Caixa com imagens antigas e antiquadas, Itaú e Unibanco junto com Real e Santander se misturando e perdendo sua personalidade. O único que, até então, está seguindo seu trabalho de construção de marca é o Bradesco. Mas como em 30 segundos tudo pode mudar, não se surpreenda se você ligar a televisão e escutar: “Vem pro Bradesco você também, vem!”

2 comentários:

Unknown disse...

Não entendo essa indignação. O princípio do sistema capitalista é justamente esse. Ganhar mais, com menos. O que os dois bancos "engolidores" em questão estão fazendo é aproveitar o que era mais valioso das marcas compradas. E isso é muito aparente no Santander.
Se a empresa não tem porte ou intenção de se manter no mercado, fatalmente está fadada a ser comprada, ou na pior das hipóteses, fechar as portas.
Sobre a questão dos produtos, o que tenho visto é que há sim uma preocupação de ambas em manter o que fazia mais sucesso com os clientes, pois não é preciso ser nenhum mestre em M&A para saber que mudanças afastam clientes.

Joca disse...

Fal Alê, tudo bom??
Cara sempre dou uma olhadinha no seu blog e dessa vez não me controlei em não fazer um comentário. Talvez porque concordo e não concordo com essa sua indignação. Esse ano mesmo assisti o Top Planejamento2010 que teve a palestra da Mariana, Planner da Talent, falando exatamente sobre o case da campanha VAMOS FAZER JUNTOS?? do Santander ( feita após a compra do Banco Real).
Estamos falando de SANTANDER, uma marca espanhola sempre muito agressiva e voltada apenas para lucro, cria uma campanha VAMOS FAZER JUNTOS?? ( você já viu o comercial de abertura da campanha??), além disso, Fábio Barbosa, antigo presidente do Banco Real, responsavel por todo o case de sucesso da marca, foi chamado para virar CEO do Santander. Levando com ele todo um DNA da marca Banco Real para dentro do Santander, gerando uma nova forma de tratar seus clientes, uma nova forma de ver a importancia de um banco na sociedade. Agora, o quanto isso é verdade na prática, dentro do banco em si e em sua forma de trabalhar na realidade, ai eu já não posso dizer nada, mas que a comunicação/propaganda foi essencial para essa nova cara do Santander e para realmente mostrar que ele mudou porque se juntou com Banco Real, isso foi sim, e ouvi MUITA gente elogiando.

Enfim, é uma questão complicada e e cheia de opiniões diferentes, mas acho que ter visto o trabalho para o novo comercial da marca me fez sim perceber o quanto o Banco Real ainda esta vivo, mesmo sem slogan.

ComunicaçãoXMarketing/Negócio que é o grande ponto que talvez me incomoda...mas isso renderia mais assunto..haha..

Abraços,

Joca

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