*Escrevi este artigo originalmente para o Portal Mercado e Consumo em 08/01/2015.
Ja se passaram oito dias de 2015 e a ansiedade, por fazer deste ano um ano melhor que aquele que passou, é grande. Essa necessidade de melhorar o desempenho esbarra diretamente nos jargões comumente repetidos que o ano começa depois do carnaval. Eu e você sabemos que isso não existe, principalmente, quando o assunto é consumo e varejo.
Para fugir do clima de “somente depois do Carnaval”, um grupo de executivos ansiosos por conhecimento, inovação e boas referências partiu para a cidade que “nunca dorme”, e talvez por isso, seja uma das cidades-modelo quando o assunto é varejo: Nova Iorque.
Encontramos em Nova Iorque diversos exemplos do que há de mais moderno e maduro no varejo mundial. A delegação que está acompanhando a GS&MD no NRF está em busca de inovações e, parte deste grupo, talvez mais ansiosos, antecipou sua chegada para participar do programa “Pré-NRF”, do qual faço parte.
Em uma rápida, porém, produtiva visita a algumas lojas da cidade, antecipando a programação oficial do NRF Big Show, ficou evidente alguns movimentos que podem ser considerados como tendências.
O varejo digital está invadindo as lojas físicas do varejo.
O maior exemplo desta tendência está na eminência de inaugurar – a altamente esperada loja física da Amazon. Enquanto a Amazon não vem, alguns bons exemplos já se tornaram realidade.
A Bonobo’s, de moda masculina, ocupa, em uma parte pequena de um andar de um prédio de escritórios, sua loja recém-inaugurada. A empresa já está consolidada no meio digital e abriu sua loja para que seus clientes pudessem experimentar e sentir suas peças antes de comprar.

Qual é a novidade? A compra é feita na loja, a entrega é “digital”. Isto é: se tem varejista com receio de suas lojas se tornarem apenas um showroom em função do crescimento das vendas digitais, a Bonobo’s tornou isso seu negócio.
Após experimentar e escolher, a peça é encomendada na loja e sai do seu centro de distribuição, em Boston, para todo os EUA. Desta forma, a loja atende aqueles clientes que não tem tempo para carregar sacolas e estão habituados com a compra digital, porém, não abrem mão de tocar e sentir a roupa antes de comprar.
A Birchbox empresa que desenvolve há anos o negócio de vendas e envios pela internet de amostras de produtos de beleza, abriu sua loja física no Soho. Nela, os clientes podem comprar os produtos campeões de vendas do site, montar sua caixa de produtos Birchbox – BYOB (Build your Own Birchbox) e, ainda, podem comprar serviços em suas lojas.

Cabelo, unha, entre outros serviços, podem ser comprados como se fosse um salão de beleza, ampliando a oferta para seus clientes. Aliás, essa é a segunda tendência cada vez mais evidente no varejo: o desenvolvimento de novos serviços gerando valor para seu negócio.
Os serviços oferecidos podem ser pagos, como o exemplo da Birchbox, como também podem ser gratuitos como acontece na loja da Reebok FitHub – uma loja da marca focada em produtos fitness.
A partir de um agendamento feito pela internet, o cliente pode ir até a loja para… se exercitar. O cliente escolhe o professor e quais aulas querem participar. Desde ioga, pilates, musculação e até corrida (realizada na Union Square que fica em frente à loja). Para isso, todo o mobiliário tem rodinhas para facilitar a abertura de espaços para acomodar seus alunos / clientes.
No badalado e concorrido Eataly, localizado ao lado do icônico prédio Flatiron, tem uma área restrita que é um misto de restaurante e escola: o La Scuola di Eataly. Durante o dia, ele funciona como um restaurante normal e, durante a noite, seus chefs ensinam tudo para seus clientes / alunos: desde uma “Fresh Pasta” até vinhos regionais. As reservas são feitas por telefone ou internet.

Esses exemplos surgiram apenas nas primeiras horas desta riquíssima experiência. A ânsia por referências, inovações e inspirações é grande, e o melhor local e momento é aqui e agora.