Fato: A crise tem o
poder de acelerar o que estava emergindo e estamos passando por um momento
carrega uma potência criativa com consequências transformadoras.
"Em pouco mais
de dois meses, foram 107 mil novos estabelecimentos criados na internet"
Estadão 05/06
Esse dado
apresentado na matéria abaixo me motivou a escrever.
Muitos negócios
desengavetaram projetos digitais como uma forma de minimizar os estragos ocasionados
pelo fechamento forçado de suas lojas físicas. Sem alternativas tradicionais, o
caminho digital se fez real e necessário. Foram criados sites, vendas por
whatsapp, pelas redes sociais, enfim, diferentes negócios correram para
desenvolver novos canais de contato com o cliente e de distribuição de seus
produtos e serviços. Como consequência, estão gerando novas receitas e
soluções.
Durante o último
ano, em dezenas de palestras que realizei para diferentes setores da indústria
e do varejo, fazia uma provocação:
Apesar da
consciência da importância da digitalização de seus negócios, apesar da
estratégia de integração de canais ser chave e da necessidade de enxergar o
cliente de forma única independente do canal de contato ser um ponto
fundamental, apesar de tudo isso...
Por que ainda nos
deparamos com exemplos inacreditáveis de negócios parados no tempo?
Sem a pretensão de
ser um diagnóstico definitivo, a resposta para a provocação era: o
"elefante na sala". O que representa o elefante que incomoda o seu
negócio? Para muitos setores, a Amazon representava essa ameaça. A empresa de
Jeff Bezos responde com sucesso, às demandas do novo consumidor. O elefante
bagunçou a dinâmica do ponto de venda e forçou alguns setores e negócios a
buscarem a aceleração digital para manter sua competitividade e sobreviver às
mudanças do mercado.
Os negócios
"parados no tempo" ainda estavam em sua zona de conforto. Na cabeça
dos gestores, seus negócios ainda eram pouco ameaçados pela Amazon - "sem
urgência, faremos nossa transformação digital gradativamente" ou
"sempre fizemos dessa forma e tivemos sucesso" ou por pura miopia.
Para todas essas alternativas o resultado seria um só: cedo ou tarde seria
engolido pelo mercado.
Até que surgiu um
novo elefante. Letal, rápido, sem fronteiras ou limites, sem distinção de
mercado, sem avaliações de maturidade digital, sem analisar a cultura da
empresa, sem olhar fluxos de caixa ou resultados trimestrais. O COVID chegou de
forma avassaladora. Ou você muda ou morre. E se não fizer rapidamente, a
seleção natural exercerá seu poder. Esse elefante pegou muitos de maneira
direta e impiedosa, acelerou as tendências emergentes.
A oportunidade
criada a partir deste novo canal digital aberto nos negócios, deve permanecer e
amadurecer Pós COVID. Isto é, além dos canais tradicionais existentes, uma nova
oportunidade se abriu e pode se tornar tão importante ou mais do que era o
negócio Pré COVID.
Um aprendizado que
pode ser tirado de todo esse processo é que definitivamente não podemos mudar
pela dor, pela ameaça ou pelo elefante na sala.
A mentalidade de
transformação é imperativa e constante. E deve começar por colocar a estratégia
do negócio sob o ponto de vista do cliente, entendendo suas dores. Usando uma
palavra da moda, a empresa deve ter empatia com o
cliente. Entende-lo e responder rápido de maneira consistente - evitando que as
demandas do cotidiano nos absorva.
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