quarta-feira, julho 15, 2020

O COVID, o elefante e a digitalização

Fato: A crise tem o poder de acelerar o que estava emergindo e estamos passando por um momento carrega uma potência criativa com consequências transformadoras.

"Em pouco mais de dois meses, foram 107 mil novos estabelecimentos criados na internet"
Estadão 05/06
Esse dado apresentado na matéria abaixo me motivou a escrever.
Muitos negócios desengavetaram projetos digitais como uma forma de minimizar os estragos ocasionados pelo fechamento forçado de suas lojas físicas. Sem alternativas tradicionais, o caminho digital se fez real e necessário. Foram criados sites, vendas por whatsapp, pelas redes sociais, enfim, diferentes negócios correram para desenvolver novos canais de contato com o cliente e de distribuição de seus produtos e serviços. Como consequência, estão gerando novas receitas e soluções.
Durante o último ano, em dezenas de palestras que realizei para diferentes setores da indústria e do varejo, fazia uma provocação:
Apesar da consciência da importância da digitalização de seus negócios, apesar da estratégia de integração de canais ser chave e da necessidade de enxergar o cliente de forma única independente do canal de contato ser um ponto fundamental, apesar de tudo isso...

Por que ainda nos deparamos com exemplos inacreditáveis de negócios parados no tempo?

Sem a pretensão de ser um diagnóstico definitivo, a resposta para a provocação era: o "elefante na sala". O que representa o elefante que incomoda o seu negócio? Para muitos setores, a Amazon representava essa ameaça. A empresa de Jeff Bezos responde com sucesso, às demandas do novo consumidor. O elefante bagunçou a dinâmica do ponto de venda e forçou alguns setores e negócios a buscarem a aceleração digital para manter sua competitividade e sobreviver às mudanças do mercado.
Os negócios "parados no tempo" ainda estavam em sua zona de conforto. Na cabeça dos gestores, seus negócios ainda eram pouco ameaçados pela Amazon - "sem urgência, faremos nossa transformação digital gradativamente" ou "sempre fizemos dessa forma e tivemos sucesso" ou por pura miopia. Para todas essas alternativas o resultado seria um só: cedo ou tarde seria engolido pelo mercado.
Até que surgiu um novo elefante. Letal, rápido, sem fronteiras ou limites, sem distinção de mercado, sem avaliações de maturidade digital, sem analisar a cultura da empresa, sem olhar fluxos de caixa ou resultados trimestrais. O COVID chegou de forma avassaladora. Ou você muda ou morre. E se não fizer rapidamente, a seleção natural exercerá seu poder. Esse elefante pegou muitos de maneira direta e impiedosa, acelerou as tendências emergentes.
A oportunidade criada a partir deste novo canal digital aberto nos negócios, deve permanecer e amadurecer Pós COVID. Isto é, além dos canais tradicionais existentes, uma nova oportunidade se abriu e pode se tornar tão importante ou mais do que era o negócio Pré COVID.

Um aprendizado que pode ser tirado de todo esse processo é que definitivamente não podemos mudar pela dor, pela ameaça ou pelo elefante na sala.

A mentalidade de transformação é imperativa e constante. E deve começar por colocar a estratégia do negócio sob o ponto de vista do cliente, entendendo suas dores. Usando uma palavra da moda, a empresa deve ter empatia com o cliente. Entende-lo e responder rápido de maneira consistente - evitando que as demandas do cotidiano nos absorva.


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