sexta-feira, março 15, 2024

A Inteligência Artificial e a diferença entre velocidade e pressa

 


Nos últimos dias estive acompanhando as tendências do consumo e varejo que aparecem em minha timeline, muito em função da #NRF que aconteceu essa semana em NY. Como esperado, a maioria daqueles que estiveram por lá reportaram que a Inteligência Artificial foi destaque como um tema transversal em diferentes painéis e entre os expositores.

Um detalhe me chamou atenção nesta edição. Em anos anteriores não era raro eu sair da NRF me questionando sobre a viabilidade das tendências apresentadas, como o Metaverso, sobre a real funcionalidade da realidade virtual no varejo ou quebrando a cabeça pensando na forma como o Omnichannel seria uma realidade no Brasil. Diferente do que sempre acontece nesse tipo de evento, o impacto da IA é real e imediata. A sua evolução e aplicabilidade é ligeira e não é necessária muito mais inovação. Reforçando esse ponto em uma entrevista recente, Bill Gates afirmou que “não há necessidade de muito hardware novo, e o acesso à IA será feito pelo telefone ou PC que você já conectou pela internet que você já possui.” Mais pura verdade! Não tivemos que comprar nenhum outro aparelho para acessarmos a inteligência artificial.

Existem soluções de IA para as mais diversas necessidades e o que existe hoje evolui numa velocidade absurda. Exemplo claro é a velocidade de evolução do Midjourney, uma inteligência artificial que desenvolve imagens inéditas e realistas com base em comandos de texto. Na imagem abaixo está um comparativo da evolução nos últimos 12 meses do Midjourney respondendo ao mesmo prompt: “Yoda Selfie”. Impressionante!


É aí que chego na minha reflexão: Você evoluiu na mesma velocidade? Sua cabeça acompanhou essa forma de estruturar seus pensamentos baseado em dados? E a sua estrutura de negócio está respondendo de maneira rápida e integrada?

Um recente estudo da Mckinsey* mostrou que “empresas líderes não apenas descobrem como utilizar o digital e IA para gerar valor, mas também o fazem mais rapidamente, aumentando ainda mais a distância em relação aos outros players”.  A reconfiguração de negócios com capacidades digitais e de IA é uma verdadeira vantagem competitiva e empresas que ficam para trás têm dificuldade em recuperar terreno.

A velocidade está muito alta. Ao mesmo tempo, em função da pressa, corremos o risco de não amadurecer nossos pensamentos e análises para chegar no melhor caminho. Decisões importantes são, por vezes, tomadas sem a profundidade necessária em função da pressa. Pressa e velocidade são bem distintas.


“Velocidade é sinal de perícia, planejamento, enquanto a pressa é sinal de descontrole ou de desorganização” Mario Sérgio Cortella

Percebo que depois que os participantes voltam inspirados de eventos como a NRF, tem a necessidade de colocar iniciativas com muita pressa e com pouca profundidade. A pesquisa da Mckinsey destaca seis áreas-chave de capacidades necessárias para executar transformações digitais e de IA com sucesso, incluindo planejamento estratégico, organização e talento, modelo operacional, tecnologia, dados e adoção/escalabilidade e isso não se faz da noite para o dia. Se não houver um planejamento adequado e mais do que isso, uma mudança na forma de pensar e agir, de nada adiantará a inovação.

Ter consistência é fundamental. E consistência só vem com o tempo.

*Fonte: Mckinsey: Rewired and running ahead: Digital and AI leaders are leaving the rest behind

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