Nestes últimos dias li alguns estudos sobre a Classe C e o poder de consumo da "Base of Pyramid" (BoP). Tanto aqui no Brasil, como no exterior, os olhos de grandes empresas como P&G, Nestlé, Nokia e PepsiCo estão voltados para este mercado emergente.
Um dos estudos foi rodado por um grupo de designers (Core77) na África do Sul, buscando informações para desenvolver produtos relevantes que possam efetivamente melhorar a vida das pessoas.
Já no Brasil, estudos sobre a força da Classe C foram amplamente divulgados em diversos veículos de comunicação.
Algumas semelhanças entre os estudos são evidentes:
- A preocupação no desenvolvimento de produtos relevantes a este consumidor e a falta de conhecimento de como se comunicar de forma efetiva.
- Preconceito tanto das agências como dos profissionais de marketing. As escolhas e critérios de decisão de compra são baseados em valores totalmente diferentes daqueles que influenciram os gestores das marcas e suas agências;
- Forma de contato: a TV consegue, ainda hoje, ter uma rápida cobertura e alcance. No entanto, novos formatos de comunicação estão se mostrando mais eficientes e o boca a boca se tornou um meio de grande credibilidade na divulgação. Mais do que um lindo e colorido painel ou os gritos de "Oferta!" em rádios populares, a boa experiência de compra é a melhor forma do consumidor se sentir incluído, próximo do produto/marca.
- Desenvolvimento de produtos: não é só adaptando técnicas e ferramentas que se conquista este mercado. O consumidor fica desconfiado em comprar produtos que são empurrados guela abaixo e demandam mudanças em seu estilo de vida.
Mais um bom indicativo sobre as oportunidades deste mercado são as margens geralmente altas de produtos e serviços (principalmente bancários) voltados a este segmento.
O que resta é levantar da cadeira do escritório, sair do ar condicionado, arregaçar as mangas e ir à campo.
Preparem-se: dá trabalho.
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